terça-feira, 23 de agosto de 2011

PET/3D-FOT= PET acoplado à uma tomografia óptica de fluorescência 3D

 O artigo publicado esse mês no Jornal de Medicina Nuclear, apresenta resultados promissores na combinação do PET com a fluorescência óptica tomografia (TOF). Essa união trará características únicas e atraentes para em aplicações da imagem molecular vivo.
 
Algumas alterações no modelo atual serão realizadas com a finalidade de reduzir a atenuação dos fótons e espalhamento no PET. Entretanto, o estudo conclui a possibilidade de aplicação das duas modalidades conjuntas e a perspectiva da combinação com sondas para a multimodalidade de imagens e pares complementares de radiotraçadores.
 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

NOVO CAMINHO:TRATAMENTO QUE BLOQUEIA A METÁSTASE






Os pesquisadores, do Institute of Cancer Research, em Londres, Inglaterra, dizem ter identificado uma proteína conhecida como JAK que ajuda as células cancerosas a gerar força necessária para o alastramento.

Em artigo publicado na revista Cancer Cell, a equipe diz que as células se contraem como músculos para gerar a energia que permitirá que se movam, forçando seu caminho pelo organismo.
Quando um câncer se espalha - um processo conhecido como metástase - ele se torna mais difícil de tratar, já que tumores secundários tendem a ser mais agressivos.
Estima-se que 90% das mortes provocadas pelo câncer ocorram após a metástase - o que torna imperativo que o processo de alastramento da doença seja controlado.

A proteína JAK
Após estudar substâncias químicas envolvidas no processo de alastramento das células em melanomas - câncer de pele -, a equipe concluiu que as células cancerosas se alastram de duas formas.
Elas podem forçar sua passagem para fora de um tumor ou o próprio tumor forma corredores por meio dos quais as células podem escapar.
O líder do estudo, Chris Marshall, disse que ambos os processos são controlados pela mesma substância.
"Existe um padrão comum de uso da força gerada pelo mesmo mecanismo, uma mesma molécula, chamada JAK", ele disse.
A proteína JAK já é conhecida por especialistas que estudam o câncer. Ela já foi, por exemplo, associada à leucemia. Por conta disso, já há drogas sendo desenvolvidas para atuar sobre ela.
"Nosso novo estudo sugere que essas drogas possam, talvez, interromper também o alastramento do câncer", disse Marshall.
"O teste vai ser quando começarmos a ver se qualquer desses agentes vai impedir o alastramento. Estamos pensando em (realizar) testes clínicos nos próximos anos", acrescentou.

Desafio
Uma representante da entidade de fomento a pesquisas sobre o câncer Cancer Research UK disse que o grande desafio no tratamento da doença é impedir o alastramento pelo corpo e manter o câncer que já se alastrou sob controle.
A representante, Lesley Walker, disse: "Descobrir como as células cancerosas podem abrir passagem pelos tecidos, saindo dos tumores primários e se espalhando por outras áreas, dá aos cientistas uma melhor compreensão a respeito de formas de parar o alastramento".

Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Agora é RM e US




Um novo equipamento começou há um mês a ser usado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), de forma experimental, para combater miomas (tumores benignos) e metástases ósseas. O Hifu, sigla de high intense focus ultrassound, é um aparelho de ultrassonografia acoplado a um aparelho de ressonância magnética que, depois de mapear o corpo do paciente e localizar o tumor com exatidão, aplica ondas de alta intensidade que atingem só a área lesionada, não provocando danos ao redor. O tratamento dura de três a quatro horas e dispensa anestesia ou incisões.

Por enquanto, apenas pacientes selecionados estão tendo acesso ao tratamento, que deve abrir caminho para a pesquisa na área no país, já que o Icesp é o primeiro hospital público a ter acesso ao equipamento que custa R$ 1,5 milhão. O diretor da Radiologia do Icesp, Marcos Roberto de Menezes, explicou que o ultrassom libera uma energia 20 mil vezes mais intensa do que a usada para diagnósticos. “Com isso, tenho a possibilidade de direcionar essa energia a um ponto, apenas guiado pela ressonância. Quando a energia chega no tecido, ela aquece e eleva a temperatura do tecido até 80 graus centígrados, o que leva à destruição dele”.

Menezes disse que o paciente submetido ao tratamento vai para casa no mesmo dia, com recuperação praticamente instantânea e com possibilidade de retomar as atividades normais.
No caso da metástase óssea, o paciente frequentemente sente dores que afetam a qualidade de vida. “A ideia, nesse caso, é retirar a dor desse paciente. Frequentemente, cessa-se a dor imediatamente depois do tratamento”. No caso do mioma, o tumor é queimado e eliminado pelo organismo.

A dona de casa Ana Maria Alho Arruda, 52 anos, foi uma das seis mulheres que tiveram o mioma eliminado pelo Hifu. Ela conviveu com o problema durante um ano e meio, sofrendo com dores e hemorragias. “Eu entrei na máquina como se fosse fazer um exame de ressonância. Me deram uma leve sedação, mas fiquei consciente. Senti dores semelhantes a cólicas, mas suportáveis. Depois de três horas, saí normalmente, esperei uma hora e meia para a recuperação e fui para casa andando. Hoje levo uma vida normal, curada do mioma”.

Ainda não há previsão para incorporar de maneira ampla a nova tecnologia ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Além de ser uma tecnologia de alto custo, ela é de alta complexidade, exige capacitação de pessoas, treinamento. Isso é só um início de uma tecnologia que promete abrir novas fronteiras de possibilidades terapêuticas”, ressaltou o diretor do hospital.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

É possível cortar energia das células cancerígenas? Pesquisa diz que sim!




Uma equipe de pesquisadores na Escola de Medicina da Universidade de Stanford, nos EUA, identificou um composto que priva certas células cancerígenas de glicose, sua fonte de energia, informou nesta quarta-feira a revista "Science Translational Medicine".

A quimioterapia pode ser dolorosa para os pacientes com câncer, em parte porque os compostos utilizados não distinguem entre o que é tecido cancerígeno e o que não é. Os compostos químicos atacam todas as células que se dividem e multiplicam rapidamente, tanto as do câncer como as do sangue e as que fazem crescer o cabelo. 

"Nosso estudo demonstra a possibilidade de inibir seletivamente a capacidade das células cancerígenas de produzir glicose, e essa é uma forma muito potente de matar essas células", disse o autor principal do estudo, Amato Giaccia, professor e diretor de Oncologia em Stanford.

Os pesquisadores centraram seu estudo na forma mais comum de câncer de rim nos adultos, o carcinoma de célula renal, que representa quase 2% de todos os cânceres nos Estados Unidos, segundo os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças.

Esse câncer resiste às quimioterapias típicas e frequentemente é preciso retirar o rim afetado dos pacientes. Quase 90% destes cânceres são portadores de uma mutação genética que causa um crescimento celular descontrolado.

"A maioria dos tecidos normais no corpo não possui esta mutação, de modo que um composto que aponta a esse ponto vulnerável seria muito específico para as células do câncer", assinalou Giaccia.

Com a ajuda do Centro de Alto Rendimento em Biociências de Stanford, a equipe provou mais de 64 mil compostos químicos sintéticos nas células do tumor que têm essa mutação e observou indícios da morte das células.

A análise resultou em dois compostos candidatos, um deles identificado como STF-62247 por Giaccia em 2008, passou agora às provas preclínicas.

O outro, denominado STF-31 e que se refere ao estudo atual, mata as células de uma maneira diferente, de modo que uma combinação dos dois compostos permitiria um ataque de vários pontos.

A maioria dos carcinomas de célula renal produz energia mediante um processo bioquímico chamado glicolise aeróbica, algo que as células saudáveis não requerem. O processo depende da capacidade da célula para produzir glicose a partir de seu ambiente.

As células que os cientistas analisaram dependem altamente do transporte de glicose para a produção de energia e o composto as priva dela.

Os carcinomas de célula renal não são os únicos cânceres que devoram glicose e muitos cânceres aceleram seu consumo deste elemento, um feito com que os médicos aproveitam para observar e vigiar o câncer em pacientes vivos.